O Centro Acadêmico de História (UECE) vem por meio desta nota, expressar o seu posicionamento diante do atual cenário pelo qual perpassa a educação de nosso país, tendo em vista os retrocessos que vem camuflados sob a pomposa designação de “Reforma do Ensino Médio”, aprovada no dia 8 pelo Senado Federal, que espera por sanção presidencial. De antemão, deixamos nítida a nossa posição de repúdio contra a tal “reforma”. Para tanto, elencaremos brevemente aqui os pontos que estruturam o nosso posicionamento.
Destaque para a “flexibilização do currículo escolar", isto é, a não-obrigatoriedade de disciplinas como História, Geografia, Química, Física, etc., que agora passam a constar como "itinerários formativos". Tais modificações, que limitam o acesso às áreas tangentes às Ciências Humanas, dentre outras, agem como limitadoras da formação cidadã, um projeto de educação cada vez mais tecnicista, onde disciplinas profissionalizantes cumprirão o horário adicional, com o objetivo de reduzir a aprendizagem dos jovens apenas à formação de mão de obra, abandonando a perspectiva de uma formação humanista.
Além disso, é conhecido o “notório saber”, que na prática consiste na permissão para profissionais não-licenciados a ministrarem aulas. O que implica, inicialmente, em uma espécie de “quebra galho” para a crescente evasão de profissionais de ensino, dadas as já conhecidas condições de trabalho. O "notório saber" é prejudicial no ponto de vista educacional por colocar profissionais que não dispõem da didática necessária para lecionar em sala de aula, desvalorizando assim os cursos de licenciatura.
Desta forma, o CAHIS vem a público manifestar seu repúdio à mais uma medida antipopular deste governo ilegítimo, pois entendemos que a “Reforma do Ensino Médio” irá agir como um grande limitador no que diz respeito ao desenvolvimento do senso de cidadania dos indivíduos dentro da sociedade, caracterizando-se como um grande retrocesso na educação brasileira.
Por isso, é preciso que os estudantes se organizem, tal como fizeram em 2016, através das ocupações das escolas secundaristas e de algumas universidades federais, que debatam e aprofundem-se ainda mais sobre a Leis de Diretrizes e Bases (LDB) e o projeto de educação para o país, e que discentes e docentes se unam em uma poderosa força de resistência contra os ataques à nossa educação, já tão precária, e em defesa dos direitos historicamente adquiridos!
Desejamos uma reforma no sistema educacional brasileiro que seja pensada pela comunidade e os profissionais da área da educação, que seja verdadeiramente inclusiva, dialogada, e que possibilite que todos e todas tenham acesso à educação superior PÚBLICA, GRATUITA, POPULAR e de QUALIDADE!
Fortaleza, Ceará
10 de Fevereiro de 2017
Gestão F5 - POR UMA NOVA HISTÓRIA
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